Obesidade
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Obesidade e sobrepeso são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode alterar a saúde (OMS, Organização Mundial da Saúde*).
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O IMC (índice de massa corporal) é um índice simples, da relação do peso e altura, que é comumente usado para classificar a obesidade e o sobrepeso em adultos.
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O IMC é a medida mais útil e é o mesmo para ambos os gêneros e para todas as idades da população adulta. Contudo, deve ser apenas um guia básico pois nem sempre corresponde ao mesmo grau de gordura em indivíduos diferentes.
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Os dados da OMS mostram:
As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 31% das mortes e todas as DCNT (doenças crônicas não-transmissíveis), como câncer, diabetes, doenças respiratórias e outras, além das DCV, concorrem com 75% de toda a mortalidade no país (Total de mortes: 1.318.000).
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Os dados da OMS mostram que entre 2000-2012:
DCV – diminuição até 2010 com pequeno aumento em 2012
Cânceres, diabetes – estável
Doenças respiratórias – diminuição e estabilidade
Probabilidade de morte por uma das DCNT: 19%
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Como avaliar a adiposidade da obesidade
Métodos:
Medidas antropométricas (IMC, CA)
Tomografia computadorizada (TC)
Ultrassonografia (US)
Ressonância magnética (RNM)
Bioimpedância (BIO)
Densitometria de corpo inteiro (DEXA)
IMC – Índice de massa corporal
- Cálculo
Divide-se o peso pelo quadrado da altura
Exemplo:
Peso = 95 kg – Altura = 1,70 – 95/2,89 = 32,87 kg/m2
- Classificação de obesidade, segundo o valor de IMC
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O IMC é um bom marcador de obesidade ?
Um estudo canadense, conduzido por Raj Padwal (University of Alberta, Canadá) em 49.500 mulheres (idade média* 64 anos, IMC médio 27 kg/m2 e gordura corporal média* 32%) e 5.000 homens (idade média 66 anos, IMC 27 e gordura corporal média 30%), verificou após 7 anos de seguimento que:
IMC é menor que o normal – risco aumentado de morte
IMC mais alto – nem sempre havia risco aumentado de morte
% gordura elevado – risco de morte: 59% homens e 19% mulheres
- Conclusão: Há indicação precisa de gordura corporal pelo IMC e isso pode ser a explicação do suposto paradoxo da obesidade. Métodos mais acurados devem ser aplicados para avaliação individual de obesidade
*gordura corporal média – obtida por densitometria de corpo inteiro DEXA
IMC e risco de doenças associadas a risco de morte cardiovascular
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Circunferência abdominal: qual a importância?
Localização dos pontos de medida:
- A CA indica a maior adiposidade na região central (ou truncal) e relaciona-se à gordura visceral, a qual tem associação maior com doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, pois o essa gordura produz várias substâncias inflamatórias.
- Um estudo de metánalise, da Clinica Mayo (EUA), com 11 estudos prospectivos e 650 mil participantes (78 mil mortes no seguimento), mostrou que:
- Homens: CA ≥ 110 cm – mortalidade 52% maior
- Mulheres: CA ≥ 95 cm – mortalidade 80% maior
- Comparados com o subgrupo de menor circunferência abdominal, os homens com circunferência maior perderam aproximadamente 3 anos de vida; nas mulheres, a perda foi de 5 anos. A associação mais evidente foi com doenças respiratórias e cardiovasculares; a relação com as mortes por câncer foi menos
- Cada 5 cm de aumento da CA: 7% de aumento do risco de morte masculina e de 9% na feminina, em todas as faixas do IMC (exceto < 20 kg/m2, nos homens)
- Risco maior associado: entre os 20 e 59 anos de idade
- Perda de anos-vida: homens – 3 anos de vida; mulheres – 5 anos
- Doenças associadas: respiratórias e cardiovasculares; e câncer, que foi significativa, mas menos clara
Circunferência abdominal: como medir?
Localização dos pontos de medida:
- Ponto mais alto do osso do quadril e a parte inferior das costelas
- Expirar normalmente
- Passar a fita métrica em torno de sua cintura, ou seja, no local que fica no meio do caminho entre esses dois pontos citados acima
- Duas medidas no mínimo devem ser realizadas para comprovar o dado encontrado
Medida da circunferência abdominal
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Lipoaspiração e obesidade central
“Trata-se de gordura intra-abdominal, aquela que envolve os órgãos. Lipo não é capaz de remover isso”.
Padrão-ouro para avaliar obesidade
Avaliação da composição da gordura corporal com DEXA (Dual-energy X-ray absorptiometry, absorção de raio X de energia dupla)
Equipamento Lunar iDXA DXA System (software enCORE, versão 14,10)
Determina a gordura regional, massa de gordura, massa muscular, massa óssea, além de estimar o tecido visceral abdominal (VAT) – gordura abdominal detectada com CA ≥ 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens
Limitações do DEXA:
Atletas têm tipicamente ossos e músculos: as medidas podem subestimar o percentual de gordura
Em pessoas idosas, a massa de gordura pode ser superetimada, principalmente diante de osteoporose
Equações específicas, para adequar essas medidas em grupos populacionais diferentes ainda não estão disponíveis
Medicamentos disponíveis e aprovados no Brasil
Orlistate
Sibutramina
Liraglutida (Saxenda®)
Estudos sérios e aprofundados, de larga escala, apontam que, com dieta e exercícios, apenas 10% dos obesos conseguem perder e manter mais de 10% de peso em um ano. Medicamentos devem ser utilizados mediante prescrição médica especializada. (Abeso, 2016)
Quando indicar o uso de medicamento para tratar a obesidade?
Recomendação – ABESO*:
- Houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes com:
- IMC ≥ 30 kg/m²;
- IMC ≥ 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, DM tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras;
- Circunferência abdominal ≥ 102cm (homens) e 88cm (mulheres)
*ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade